A INSTALAÇÃO DO MUNICÍPIO
Depois da emancipação, foram realizadas as primeiras eleições municipais no dia 03 de outubro de 1992. Devido a intensa participação no processo de emancipação, Antônio Nilo Hansen era o candidato natural e de consenso e a escolha recaiu numa chapa única.
Assim, o 1º Prefeito da cidade foi Antônio Nilo Hansen, tendo como Vice, Alvino Roberto Hanauer. As nove vagas da 1ª Legislatura da Câmara de Vereadores foram ocupadas por Agenor Eloir Schmidt, Arlindo Vogel, Carlos Henrique Schaeffer, Francisco Exner, João Adelmo Welter, José Führ, Mauro Moacir Diefenbach, Renato José Schneider e Roque Danilo Exner, sendo este último o 1º Presidente da Casa. A Posse e a Instalação Oficial do Município se deram em 1º de janeiro de 1993. A 1ª Sede dos Poderes Executivo e Legislativo foi instalada no prédio onde hoje funciona o Restaurante Dheinhaus.
A 2ª Administração de Presidente Lucena teve à frente, Roque Danilo Exner como Prefeito e Carlos Henrique Schaeffer como Vice-Prefeito e o Legislativo foi composto pelos Vereadores Adelar Henrique Schmitt, João Adelmo Welter, Lori Magdalena Messer, Maria Beatriz W. Enzweiler, Marli Paulina S. Krummenauer, Paulo Froehlich, Ricardo Trierweiler, Romeo Vogel e Rosemeri Petry Weber.
A 3ª Administração de Presidente Lucena teve à frente, João Gilberto Stoffel como Prefeito e Carlos Henrique Schaeffer como Vice-Prefeito e o Legislativo foi composto pelos Vereadores Adelar Henrique Schmitt, Airton José Weber, Arlindo Vogel, Dário José Kuhn, José Lauri Brill, Lori Magdalena Messer, Luiz José Spaniol, Maria Beatriz Weber Enzweiler e Paulo Antônio Medtler.
A 4ª Administração de Presidente Lucena tem à frente, João Gilberto Stoffel como Prefeito e Maria Beatris Weber Enzweiler como Vice-Prefeita e o Legislativo foi composto pelos Vereadores Airton José Weber, Arlindo Vogel, Dário José Kuhn, Jaime Leandro Heilmann, Janier Laborit Silveira Camargo, José Lauri Brill, Marlene Koepsel Backes, Paulo Sérgio Petry e Simplício João Hanauer.
A 5ª Administração de Presidente Lucena teve à frente, Baltasar Natalício Hansen como Prefeito e Alvino Roberto Hanauer como Vice-Prefeito e o Legislativo foi composto pelos Vereadores Airton José Weber, Cleiton Trierveiler, Denise Raquel Vogel Staudt, Gilmar Führ, Joice Silvinha Froehlich, Marcos Aurélio Heylmann, Marlene Koepsel Backes, Ricardo Trierweiler e Roque Adelmo Rambo.
A 6ª Administração de Presidente Lucena, teve à frente, a primeira Prefeita da cidade, Maria Rejani Würzius Stoffel, e também uma mulher como Vice-Prefeita, a senhora Maria Beatriz Enzweiller. O Legislativo foi composto pelos Vereadores Arlindo Vogel, Roque Neckel, Marlene Koepsel Backes, Roque Adelmo Rambo, Cleiton Trierweiler, Gilmar Führ, Joice Silvinha Froehlich, Luiz José Spaniol e Pedro Lauri Schmitz.
A 7ª e atual Administração de Presidente Lucena, tem à frente, Gilmar Führ como Prefeito e Luiz José Spaniol como Vice-Prefeito. O Legislativo é composto pelos Vereadores Airton Michel, Aline Führ Christ, Daniel Eloir Krummenauer, Joel Henrique Dhein, Luana dos Santos, Pedro Lauri Schmitz, Roque Adelmo Rambo, Roque Ferreira Neckel e Susana Exner.
A LUTA PELA EMANCIPAÇÃO
Este fato, aliado ao grande desenvolvimento econômico, social e educacional da localidade nos últimos anos, e as vantagens de autonomia política, espelhada em municípios da região recém-emancipados, surge em 1990 o anseio emancipacionista. E foi em 29 de junho de 1990, que a comunidade de Presidente Lucena deu um passo decisivo no caminho da municipalidade. Numa assembléia popular, realizada na Sociedade Esportiva Soberano, mais de 400 moradores assinaram em prol da criação do novo município. Na mesma ocasião, foi eleita a Comissão de Emancipação, composta por 75 membros e presidida por Antônio Nilo Hansen, além da aprovação do nome da futura cidade: Presidente Lucena. Após, a Comissão de Emancipação recebeu o credenciamento oficial da Assembléia Legislativa, dando poderes legais para colher junto às entidades públicas todos os dados necessários para a elaboração do processo de emancipação. Assim, a Comissão iniciou contatos em busca de apoio, ao mesmo tempo em que providenciava a documentação necessária para a comprovação dos itens exigidos pela legislação.
No final de fevereiro de 1991, foi entregue o Processo de Emancipação de Presidente Lucena à Assembléia Legislativa, tendo passado pelas Comissões de Assuntos Municipais e Constituição e Justiça. Em 17 de setembro de 1991 é autorizada a Consulta Plebiscitária, que foi marcada para o dia 10 de novembro do mesmo ano. Entretanto, antes da realização do Plebiscito, o TRE constatou irregularidades no número de eleitores matriculados na área emancipanda, alegando que não havia os 1.800 que a lei exigia para a emancipação. Mesmo assim, o TRE resolveu autorizar a Consulta Plebiscitária, decidindo a competência de avaliar o mérito da questão à Assembléia Legislativa. Deste modo, o Plebiscito de Presidente Lucena foi realizado “sub judice”.
O dia 10 de novembro foi aguardado com ansiedade pela população e na contagem final dos votos, 82% dos eleitores deram o SIM pela emancipação e a comemoração foi grande nas ruas de Presidente Lucena.
O período entre dezembro de 1991 e março de 1992, foi de grande expectativa para os integrantes da Comissão e de uma intensa negociação feita nos bastidores, pois a emancipação estava ameaçada pela contestação do TRE. No final de fevereiro, 76 das 94 localidades que votaram pelo SIM, já haviam sido emancipadas, mas Presidente Lucena não estava na lista. O sufoco só acabou mesmo no dia 18 de março de 1992, quando a Assembléia Legislativa finalmente julgou o processo e criou a lei que daria origem ao Município de Presidente Lucena.
Embora estivesse contra as emancipações no início, o então Governador Alceu Collares realizou uma solenidade especial para sancionar todas as leis de criação dos 94 novos municípios. Assim, através da Lei Estadual nº 9.626, de 20 de março de 1992 é criado o Município de Presidente Lucena.
AS DENOMINAÇÕES DA LOCALIDADE
As denominações da localidade estão ligadas a Estrada Presidente Lucena, que antigamente era um caminho, o qual os tropeiros utilizavam para conduzir o seu gado da Campanha Gaúcha a São Paulo. A origem do nome Arroio Veado se deve à história ou lenda de que nos primeiros tempos de passagem dos tropeiros pela Estrada Presidente Lucena, os mesmos teriam visto freqüentemente veados às margens do arroio que atravessa a localidade e denominaram esta região de Arroio Veado.
Com a criação do município, a localidade passou a denominar-se Presidente Lucena, novamente em razão da estrada que corta toda sua área central e em homenagem ao Presidente da Província de São Pedro do Rio Grande do Sul, em 1885, Henrique Pereira de Lucena.
BIOGRAFIA DO PATRONO
Henrique Pereira de Lucena, em 31 de maio de 1872, recebeu sua primeira nomeação para Presidente de Província, equivalente, hoje, ao cargo de Governador de Estado. A primeira Província a ser presidida por Lucena foi o Rio Grande do Norte, onde, no seu governo, fomentou a agricultura e prestigiou a justiça, permanecendo no cargo até 17 de novembro de 1872. Dois dias após, era nomeado Presidente da Província de Pernambuco, onde moralizou as finanças públicas, reconstruiu o Teatro Isabel e concedeu direito às professoras de lecionar alunos de ambos os sexos. Passou o Governo em 03 de abril de 1875, sendo nomeado Juiz de Direito da Comarca de Palmares. Antes, em 20 de fevereiro daquele ano, o Governo Imperial conferiu-lhes as honras de Desembargador.
Em 13 de dezembro de 1876, Pereira de Lucena foi nomeado Presidente da Província da Bahia e sua administração se destacou pela reforma dos serviços públicos, regularização do sistema tributário, fundou a Junta Comercial e a Academia de Belas Artes e criou a Caixa Econômica. Deixou o governo baiano em 04 de fevereiro de 1878.
No dia 12 de setembro de 1885, Henrique Pereira de Lucena foi nomeado pelo Imperador D. Pedro II, Presidente da Província do Rio Grande do Sul. Assumiu o cargo em 28 de outubro, em Porto Alegre e tornou-se o 89º Presidente da Província e fez no Rio Grande do Sul, apesar de poucos meses, uma administração altamente meritória. Além da abertura dos canais da Lagoa dos Patos, cuidou com carinho das estradas e pontes do interior. Uma das suas grandes realizações foi a construção de uma estrada de rodagem ligando São Leopoldo a Nova Petrópolis. A importante obra, iniciada na sua administração em dezembro de 1885, ficou totalmente aberta em 1888, tendo custado $75:555000, inclusive a ponte sobre o Rio Cadeia. Por caber-lhe a iniciativa do útil melhoramento, que trouxe o progresso à região, foi-lhe dado o nome de Estrada Presidente Lucena. Permaneceu na presidência do Rio Grande do Sul até o dia 04 de maio de 1886, quando foi eleito Deputado da Câmara por sua Província natal, Pernambuco.
Em 16 de maio de 1888, Pereira de Lucena recebeu das mãos da Sra. D. Isabel, Princesa Imperial Regente, o título nobiliárquico de Barão de Lucena, em reconhecimento ao fato de ser o Presidente da Câmara dos Deputados por ocasião da assinatura da Lei Áurea.
Após a Proclamação da República, Henrique Pereira de Lucena continuou atuando em cargos públicos como Juiz dos Feitos da Fazenda e novamente, Presidente do Estado de Pernambuco, cargo que assumiu em 05 de fevereiro de 1891.
No Governo de Deodoro da Fonseca, primeiro chefe republicano, Lucena foi o Ministro da Justiça, além de ter passado pelos Ministérios da Agricultura e Fazenda. Encerrou sua carreira política com a renúncia do primeiro Presidente da República do Brasil, em 23 de novembro de 1891, como Ministro do Supremo Tribunal Federal.
Henrique Pereira de Lucena faleceu na Cidade do Rio de Janeiro, em 10 de dezembro de 1913, com a idade de 78 anos. Era uma das mais queridas relíquias da Pátria, a que servira, em dois regimes, com devotado amor e espírito de sacrifício e de renúncia, além de ser um grande magistrado.
O INÍCIO DA COLONIZAÇÃO DO MUNICÍPIO
No início do século XVIII, o Governo incentivou a vinda de imigrantes na intenção de povoar as terras do Sul do Brasil, até então praticamente abandonadas e sujeitas à invasão dos castelhanos. Assim, muitos estrangeiros acabaram vindos para o sul do país, principalmente alemães, italianos e poloneses. Em 25 de julho de 1824, chegaram os primeiros imigrantes alemães, provenientes da região do Hunsrück, na Real Feitoria do Linho Cânhamo, hoje São Leopoldo.
A partir de 1826, após a chegada de mais mil imigrantes, se expandiram para a região ao norte de São Leopoldo, incluindo toda a atual área de Presidente Lucena.
A CHEGADA DOS IMIGRANTES
As localidades de Linha Nova Baixa e Picada Schneider são as mais antigas do município. Em Linha Nova Baixa, o início da colonização se deu por volta de 1830, pelas famílias de Daniel Kolling, Jacob Blauth, Pedro Link, Pedro Lamb, Frederico Schons, João Bender, Pedro Winter e Albino Kauer.
Picada Schneider surgiu em meados de 1845, quando a família de Peter Schneider se instalou na localidade. A localidade de Nova Vila, antes chamada Nova Alemanha, foi colonizada depois de 1850, sendo a família de Guilherme
FUNDAÇÃO
A Sede Municipal, antes denominada de Arroio Veado, foi povoada bem mais tarde. Em 1885, o Governo Provincial do Rio Grande do Sul mandou proceder estudos para a construção de uma estrada que ligasse a cidade de São Leopoldo à Colônia de Nova Petrópolis. Essa estrada, que mais tarde passou a chamar-se de Estrada Presidente Lucena, foi aberta a partir da antiga rota deixada pelos tropeiros, utilizada para o escoamento do gado e, em 1888, a picada estava totalmente aberta. Durante a administração do Cel. Guilherme Gaelzer Neto, intendente de São Leopoldo de 1902 a 1916, a estrada recebeu importantes melhorias e em 1913 foi concluída a sua abertura, deixando-a em condições para o tráfego de automóveis em toda sua extensão de 57 quilômetros. Foi o próprio Gaelzer Neto a primeira pessoa a passar de automóvel pela Estrada Presidente Lucena.
NÚCLEO HISTÓRICO DE PICADA SCHNEIDER - CASA ENXAIMEL
Por falta de uma fonte segura, não se pode precisar a data da chegada dos primeiros colonizadores em Arroio Veado, mas estima-se que foi por volta de 1910, que a primeira família, a de Pedro Ramme, se instalou na localidade, nas proximidades do arroio. Posteriormente várias novas famílias, provenientes de colônias próximas, se estabeleceram ao longo da Estrada Presidente Lucena, como as de Carlos Robinson, Jorge Stoffel, Felipe Robinson, Luís Arnold, Jacó Hens, João Killing, João Klein, Pedro Dilly, Pedro Robinson, Aloísio Fröhlich e Guilherme Exner Filho.
Chegando aqui, os primeiros moradores desbravaram a abundante mata virgem da localidade. Suas casas, algumas delas hoje ainda existentes, eram construídas com estrutura de madeira e as paredes com pedras grês e argila. Alguns colonos optaram por construir casas totalmente de madeira. Depois de estabelecidos, começaram a colonizar as terras e as únicas ferramentas disponíveis eram a enxada e o arado. Cultivavam, principalmente, milho, feijão, arroz, trigo, batata-inglesa e hortaliças, ao mesmo tempo em que criavam animais como porcos, bovinos e galinhas.
Além de sua grande produção agrícola, Guilherme Exner Filho, também se destacava pela sua capacidade empresarial como comerciante madeireiro, produção da sua serraria e pela aguardente produzida na sua destilaria.
A primeira casa comercial de Arroio Veado era a Venda de Elisabeta Dilly. Em 1930, Arroio Veado reunia 15 famílias e a localidade foi se desenvolvendo com o passar dos anos e vários acontecimentos marcaram o seu progresso.
Em 1932, Carlos Robinson iniciou a construção de um prédio e em 1934 inaugurou um salão de baile (atual Salão Gewehr), juntamente com um boteco e uma cancha de bolão, principal esporte da época, onde os homens da localidade jogavam e faziam apostas. Mais tarde, no ano de 1945, surgiu outro salão de baile, o de Alberto Seewald, que também era músico e integrava uma das bandinhas mais famosas da região, a Banda do Sião, mais tarde, Bandinha da Saudade.
O crescimento da localidade e a extrema devoção religiosa das famílias fizeram com que necessitassem de um lugar para orar. A maioria era de religião católica e assistiam as missas em Bom Jardim (hoje Ivoti) e Capela do Rosário. O trajeto era feito a pé ou no lombo de um cavalo.
Assim, em 1936, foram realizadas as primeiras reuniões com vistas à construção de uma igreja e feita à medição das terras que foram doadas por José Fröhlich.
Sua construção iniciou em 1937 e se deu graças ao trabalho voluntário e doações de, primeiro 17 e depois, 26 famílias, contribuindo com cinqüenta dias de trabalho gratuitamente, quebrando, colocando e transportando pedras, geralmente com duas juntas de bois.
A FUNDAÇÃO E A EVOLUÇÃO DA CIDADE
Em meados de 1961, foi construída a rede de energia elétrica da CEEE. Esta melhoria no setor da energia impulsionou o progresso de Arroio Veado e elevou o nível de vida e conforto das famílias. Antes desta data, a localidade tinha sua eletricidade gerada pela Usina de Augusto e Henrique Enzweiler, instalada no Rio Cadeia.
Em 1965, outra igreja é erguida na localidade, desta vez a da Comunidade Evangélica. Sob a liderança de Alberto Seewald e de seu filho Armando e o aval de toda comunidade, a obra foi concluída em tempo recorde.
Também no ano de 1965, foi fundada uma cooperativa de agricultores, denominada de Cooperativa Mista de Arroio Veado, sendo já desativada em 1970.
SALÃO PRASS
Na década de 70, Arroio Veado teve seu desenvolvimento estacionário e viu sua população diminuindo, pois muitos moradores, principalmente os mais jovens, migraram para cidades maiores, como Ivoti, Estância Velha e Novo Hamburgo, em busca de emprego, estudo e melhores condições de vida.
A situação começou a se inverter no início dos anos 80, com a instalação de novas indústrias que necessitavam de muita mão-de-obra, como a Calçados Dilly Ltda (1980) e Schneider Artefatos de Cimento Ltda (1983). Deste modo, muitas novas famílias se estabeleceram na localidade, o que acelerou o ritmo da construção civil, elevando dos seus 70 prédios para 300 no final de 1990. Esse crescimento forçou a municipalidade, na época ainda Ivoti, a investir em melhorias e obras públicas em Arroio Veado, tais como, a elaboração de um Plano Diretor (1982), instalação de um Posto de Saúde (1983), implantação da Pré-escola e o 1º Grau Completo (1984), instalação de uma Mesa Telefônica com 30 ramais (1986), construção de uma Creche Municipal (1988), instalação de um Posto da Brigada Militar (1989) e pavimentação (calçamento) de um trecho da Av. Presidente Lucena (1990).
EVOLUÇÃO
Vale destacar o dinamismo e a liderança do então presidente da comunidade, Guilherme Exner Filho, que era o chefe geral da obra e fazia de tudo para concluir a capela. Foi inaugurada solenemente em 06 de janeiro de 1940, adotando como padroeiros, os Três Mártires Rio-grandenses, fato que marcou o início de uma tradicional festa familiar e social, tipicamente alemã, comemorada em Arroio Veado, no mês de novembro: O ‘Kerb’.
Outra deficiência na localidade era uma escola e os filhos dos primeiros moradores tinham que estudar em Arroio dos Ratos ou Picada Schneider, onde existia a escola mais próxima. A primeira escola de Arroio Veado foi construída pela Comunidade Evangélica, em 1940, nas terras doadas por João Seewald. Mais tarde, em 1946, foi fundada e construída uma escola pela Comunidade Católica e os primeiros professores foram o casal Edvino e Lídia Bervian.
CASA EM ESTILO ENXAIMEL
Depois de alguns anos, esta escola passou a ser pública, o que motivou o fechamento da escola da Com. Evangélica. Sua primeira denominação foi Escola Pedro Weingärtner e mais tarde transformou-se na atual Escola Estadual Guilherme Exner.
Com o decorrer do tempo, os filhos dos primeiros colonos tiveram que procurar novas terras e com a chegada de novas famílias, aos poucos todas as áreas da localidade acabaram sendo colonizadas. À medida que os colonos foram dominando novas técnicas de cultivo e a produção aumentava, tanto de animais quanto de grãos, a economia doméstica foi gerando um excedente. Ou seja, a produção tornou-se maior do que o consumo. Este foi o ponto de partida para o começo do comércio da localidade. Como havia pouca moeda circulante, o comércio era baseado no sistema de trocas de um produto por outro. No momento em que o comércio se tornou mais intenso, surgiu à figura do comerciante rural.
Nas décadas de 40 e 50, em Arroio Veado surgiram várias pequenas indústrias de cunho familiar, que transformavam uma das culturas mais importantes, a cana-de-açúcar, como as fábricas de schmier colonial (de Guilherme Alberto Enzweiler, Jacob Affonso Führ, Avelino José Weber, Walter Seewald, Ermindo Froehlich e Danilo Rückert), rapadura (de Alfredo Exner) e aguardente (de Jacob Affonso Führ). Também nesta época existia um matadouro e açougue de propriedade de Plínio Schneider, uma fábrica de gasosa (de Alfredo Seewald), de esquadrias de madeira (de Afonso e Fridolino Stoffel) e uma ferraria (de Reinaldo Dahmer).
Arroio Veado, no final dos anos 50, já contava com vários estabelecimentos comerciais, mais conhecidos como armazéns de secos e molhados, entre eles o de Armando Seewald, Alberto Felipe Exner, que também possuía um moinho de milho e arroz, Helmuth Alfredo Schlindwein e Egon Gewehr.
Como a localidade precisava de uma área para a realização de atividades de lazer, em 22 de abril de 1960, um grupo de moradores, entre agricultores e comerciantes, liderados por Roque Danilo Exner e Armando Seewald, fundaram uma agremiação esportiva, o Esporte Clube Soberano.
Depois da compra de uma área, em 15 de setembro de 1963, é inaugurado o Estádio Victor Schuck, que em 1982 se transformaria na Sociedade Esportiva Soberano.
EVOLUÇÃO POLÍTICO-ADMINISTRATIVA
Político-administrativamente ocorreram muitas evoluções desde a colonização desta região. De acordo com a divisão das terras feita pelo governo em “linhas” ou “picadas”, a área do atual Município de Presidente Lucena fazia parte das Linhas Café, Nova e Hortêncio.
Até 1875, toda esta região pertencia ao Município de São Leopoldo. Em 1º de maio de 1875, veio a primeira emancipação de São Leopoldo, que foi São Sebastião do Caí. Uma parte do atual Município de Presidente Lucena passou a integrar o Município de São Sebastião do Caí, o que compreendia as Linhas Nova e Hortêncio (hoje seria a localidade de Linha Nova Baixa e o lado esquerdo da Estrada Presidente Lucena da Sede e localidade de Nova Vila).
ANTIGA SUB-PREFEITURA
Em 08 de setembro de 1959, mais um distrito de São Leopoldo se emancipou, Estância Velha, e o novo município foi dividido em três distritos. Arroio Veado e localidades vizinhas foram integrados ao 3º Distrito, denominado Presidente Lucena. Sua sede, a Subprefeitura, ficava na localidade de Nova Vila e o Subprefeito nomeado para o distrito foi Alberto Felipe Exner, morador e comerciante de Arroio Veado. O 3º Distrito também contava com representação no Legislativo de Estância Velha, na pessoa do Erny Osvino Prass, morador de Picada Schneider.
Ivoti, que era o 2º Distrito de Estância Velha, conseguiu sua autonomia político-administrativa em 19 de outubro de 1964. Todas as localidades de Presidente Lucena passaram a pertencer a Ivoti e sempre tiveram boa representação em todas as legislaturas da Câmara Ivotiense pelos vereadores Hugo Birk, Aroni Aloisio Mossmann (2x), Helmuth Alfredo Schlindwein, Antônio Nilo Hansen (2x), Arlindo Vogel e Alvino Roberto Hanauer. Também, na última administração que Arroio Veado esteve ligada a Ivoti, Antônio Nilo Hansen, era o Vice-Prefeito da cidade. Ainda pelo Município de Ivoti, por iniciativa do então vereador Aroni Aloisio Mossmann, em 1982, boa parte da localidade de Arroio Veado foi transformada em Zona Urbana, com a projeção de 25 ruas e 1080 lotes, passando assim a localidade a ocupar seu espaço físico coordenadamente.
No ano de 1987, as populações das localidades que hoje integram Presidente Lucena estavam ameaçadas de novamente serem anexadas para a formação de dois novos municípios. São José do Hortêncio desejava sua emancipação de São Sebastião do Caí e queria ficar com a localidade de Linha Nova Baixa, e Picada Café (Nova Petrópolis) ficaria com Arroio Veado e Picada Schneider. Os moradores destas localidades se revoltaram contra a proposta dos distritos vizinhos e chegou-se a fazer, inclusive, abaixo-assinados para combater a idéia. Diante do movimento popular, o então Prefeito de Ivoti, Arno Henrique Müller, impetrou um mandado de segurança junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), em Brasília, colocando um ponto final na história.